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ARKIRVE- ARQUIVO HISTÓRICO DE RIO VERDE-MS. Por Paulo Sérgio Rodrigues

História do Hino Nacional Brasileiro

 



👉 A História do Hino Nacional Brasileiro é pouco divulgada e geralmente se fazem apenas referências aos autores da letra e música. Tivemos várias tentativas de hinos no Brasil que terminaram recebendo modificações, de acordo com o cenário político de cada época e a maioria das versões se perdeu na História. O atual hino, nasceu ao calor das agitações populares, em um momento crítico e dramático de nossa História: a Independência do Brasil.
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👉 Francisco Manuel da Silva, autor musical, criou um hino em 1822, e, quando D. Pedro I abdicou, ele refez o hino para saudar nossa emancipação política e terminou virando uma música que servia de grito de rebeldia da Pátria livre contra o domínio português.
Por incrível que pareça, o Hino Nacional Brasileiro foi executado durante um século, sem ter, oficialmente uma letra.
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👉 Várias tentativas foram feitas de anexar uma letra à música, mas não se chegou a uma conclusão, pois algumas letras ofendiam demais os portugueses e outras bajulavam em demasiado o soberano reinante. Assim, a marcha criada por Francisco Manuel da Silva, que consagraria nosso Hino Nacional, só recebeu uma letra definitiva em 1909, mas, somente 13 anos depois (1922), foi finalmente completada e oficializada como Hino Nacional Brasileiro.
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👉 A confusão começou quando D. Pedro I fechou a Assembleia em 1823, causando grande insatisfação; foi uma repressão por parte do imperador às legítimas aspirações nacionais. No meio musical, também havia grande descontentamento, pois o imperador dissolveu a Orquestra da Capela Imperial. Francisco Manuel sofreu com a imposição de dois músicos portugueses que tinham apoio de D. Pedro I: Marcos Portugal e Simão, ambos com cargos importantes no mundo musical. Marcos era Mestre da Capela Imperial e chegou a determinar que só podiam ser tocadas no Brasil, músicas de sua autoria.
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👉 O Hino Nacional Brasileiro permaneceu adormecido e somente em 13 de abril de 1831 foi cantado pela primeira vez, no cais do Largo do Paço (atual Praça 15 de Novembro, no Rio de Janeiro). Foi a comemoração pela partida de D. Pedro I para o exílio na Europa. Segundo contam, o Hino foi “executado entre girândolas de foguetes e vivas entusiásticos”. Esta, ainda, não era a versão atual e terminou sendo novamente esquecida ou quase nunca apresentada.
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👉 Em 1841, o hino de Francisco Manuel da Silva voltou a ser executado, por ocasião dos festejos da coroação de D. Pedro II, agora com novos versos bajulatórios, com letra modificada por um autor desconhecido, virando assim, um “hino ao rei”.
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👉 Depois da proclamação da República, muitos republicanos queriam, em definitivo, adotar um Hino Nacional. A música de Francisco Manuel da Silva era belíssima, majestosa, mas as letras que se alternaram ao longo da História não atingiam a beleza da musicalidade já criada. Eram letras simples demais, ou ofensivas, ou bajuladoras. Foi então, que em outubro de 1898, foi aberto um concurso, disputadíssimo, para a composição do Hino Nacional Brasileiro, com um prêmio de mil francos, conquistado pelo amador de músico, o farmacêutico Ernesto Fernandes de Souza com letra de Medeiros de Albuquerque.
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👉 Sabe-se que, nosso grande músico brasileiro, Carlos Gomes, logo após a Proclamação da República, foi convidado pelo Governo Provisório a compor o Hino do Brasil, mas o maestro, em gratidão a D. Pedro II, respondeu o convite de forma simples e direta: “ – Não posso”.
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👉 O mais estranho é que Carlos Gomes recusou 20 contos de réis pelo convite e o farmacêutico vencedor do concurso, recusou misteriosamente receber os mil francos. O seu parceiro, Medeiros de Albuquerque queria ver o hino como oficial da República do Brasil, mas, depois de uma sugestão de um crítico do Jornal do Commercio, foi feito um segundo concurso.
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👉 O novo concurso foi para musicar o hino de Medeiros de Albuquerque, cuja letra terminou permanecendo, porque foi previamente escolhida pelo Ministro da Justiça, e, em 4 de janeiro de 1890, 29 produções entraram em concorrência, mas terminou que nenhuma foi aceita.
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👉 Deodoro da Fonseca, então presidente provisório do Brasil, foi para a audição dos hinos, no dia 20 de janeiro de 1890, no Teatro Lírico. Ouviu os quatro hinos classificados para a final. O marechal gostou, mas disse: “- Ainda assim, prefiro o velho”. (O povo também preferia).
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👉 Foi assinado um decreto pelo Ministro do Interior, diante de todos os outros ministros, oficializando como Hino Nacional a música de Francisco Manuel da Silva.
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👉 FINALMENTE UMA LETRA PARA O HINO NACIONAL
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👉 A música de Francisco é a mesma atualmente, e como podemos perceber, uma das melodias de hino mais lindas do mundo. As versões das letras, porém, tinham sido muitas, que aos poucos, foram acrescidas, modificadas e adaptadas ao Hino., As referidas versões eram inadequadas, e algumas, carregadas de regionalismos que comprometiam a beleza da música.
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👉 Para acabar de prejudicar a obra, em cada Estado da União se cantava uma versão de letra diferente.
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👉 Somente em 1906, foi proposto na Câmara dos Deputados que fosse dado ao Hino Nacional um único poema. Esta proposta se concretizou 16 anos depois. Assim, a letra definitiva do Hino Nacional foi criada por Joaquim Osório Duque Estrada – um poeta, escritor, professor e crítico literário – , e oficializada por Epitácio Pessoa, em 1922, pouco antes do Centenário da Independência. Como a música foi criada para ser executada por orquestra, houve uma adaptação para poder ser cantada.
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Artigo de Luciano J. Antunes Urpia
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Créditos: 📐 CURIOSIDADES DA MAÇONARIA

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