Ao atravessar o rio Aquidauana, no seu trajeto entre Coxim e Miranda, a força expedicionária de Mato Grosso passa a notar os primeiros vestígios da ocupação dos inimigos que recuavam à medida que os brasileiros se aproximavam:
“Saindo do pouso as 9 horas e 5 minutos a ¼ de légua na direção O. passou-se diante de um dos mais importantes vestígios da invasão paraguaia: era uma paliçada de grossos paus de aroeira com canhoneiras nos flancos, a qual servia de defesa contra os ataques insidiosos dos índios, de que tinham sofrido várias vezes os paraguaios. Dominado por um mangrulho que permitia à sentinela o devassar de extenso horizonte, compreendia esse palanque algumas casas de palha e ranchos que tinham sido entregues às chamas por ocasião da retirada.
Continuando daí a marcha no rumo médio S. O. foi-se pousar as 11 horas, com 2 ¼ léguas junto às poças de água formadas pelo chamado córrego Ipegue, que só merece tal denominação numa das estações do ano.
Ali existiam ainda vestígios da passagem dos paraguaios.
Um aldeamento de índios que antes da invasão cultivava as terras próximas foi destruído, ficando só como resto da antiga cultura um laranjal em parte estragado pelo fogo.
Os terrenos percorridos neste dia são de pouca declividade: os campos dobrados, desbastados, com capões de quando em quando.
A água que se tem encontrado é má, de sabor desagradável, quase salobra.”.
FONTE: Taunay, Alfredo D’Esgragnolle, Em Mato Grosso Invadido, Companhia Melhoramentos de S. Paulo, sd; Página 82.
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