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ARKIRVE- ARQUIVO HISTÓRICO DE RIO VERDE-MS. Por Paulo Sérgio Rodrigues

História de Rio Verde. Como era a Aldeia de índios caiapós em Rio Verde.


Os caiapós, também kayapó ou kaiapó, foram os primeiros indígenas habitantes das terras que hoje constituem o município de Rio Verde de Mato Grosso. 
Os caiapós rio-verdenses eram bons caçadores, e naquela época, a caça era abundante. 
Entre as presas que conseguiam obter, se destacam o porco do mato, cateto, paca, tatu, macaco etc..
Os homens teciam cestos, cintos e faixas para carregar e fabricavam paus, lanças, arcos e flechas para a caça. 
As mulheres fabricavam pulseiras, fitas e cordas de cipós.
Cada tribo caiapó era independente das demais, mas todas apresentavam a mesma estrutura. 
Se construía uma aldeia com uma praça central para as festas e, ao redor, as casas de cada família.
Cada tribo caiapó era independente das demais, mas todas apresentavam a mesma estrutura. 
Ongobe era a casa dos homens, situada no extremo norte da praça, onde eles se reuniam, praticam trabalhos artesanais e pernoitavam. Os homens se dividiam em dois lados, cada um com um benadióro (chefe) e seus oopen (partidários). 
As casas das esposas do chefe ficavam uma no extremo leste da aldeia e outra a oeste.
Eles eram seminômades, por isso várias vezes ao ano correm pelas matas para a caça, coleta e estabelecimento de novas colheitas; alguns desses períodos são curtos e breves e outros relativamente longos durante os quais abandonam a aldeia.
Uma forma organizativa fundamental através da qual cada pessoa se articula em sua comunidade é o grupo patronímico ou seguimento de nomes.
As meninas e as mulheres formavam o mesmo grupo das irmãs do pai, enquanto que os meninos e os homens eram do grupo dos irmãos da mãe.
Assim, o sistema de parentesco eram formados pela adesão a segmentos determinados pela descendência em linha cruzada: cada pessoa pertencia a uma categoria de acordo com sua idade, sexo e número de filhos.
Os guerreiros (maiores de 17 anos) participavam no ngobe das assembleias onde se tomavam as decisões políticas.
O matrimônio se contraia em idade precoce, por vezes consentido pelas mães dos noivos, sendo proibida a união entre primos cruzados. Se tratava de um evento público que estava previsto após a primeira menstruação das meninas (entre 10 e 12 anos). 
As mães e tias dos recém-casados preparavam e interrompiam sem prejuízos a noite de núpcias.
A decoração do corpo era uma questão importante na sociedade. Dedicava-se bastante tempo para raspar o cabelo e fazer desenhos coloridos na pele. 
Homens, mulheres e crianças ficavam com a parte superior da cabeça completamente rapada.
As mulheres deixavam cair para trás o resto do cabelo, enquanto os homens faziam um rolo. Levavam grinaldas de penas, brincos e colares.
Chefe de uma tribo caiapó.
A religião dos caiapós, assim como a de todos indígenas, era animista, que cultuavam elementos do Cosmos (Sol, Lua, estrelas), os elementos da natureza (rio, oceano, montanha, floresta, rocha), os seres vivos (animais, fungos, vegetais) e os fenômenos naturais (chuva, vento, dia, noite). 
Segunda sua religião, havia um mundo celeste do qual provinha a humanidade. 
Os primeiros seres humanos que chegaram à Terra vieram de lá por uma longa corda, qual formigas por um tronco. 
Isto foi possível porque um homem viu um tatu e o seguiu até que entrou num buraco, que depois foi usado pelas pessoas para vir a este mundo.
Também as plantas celestes baixaram do mundo celestial quando a filha da chuva brigou com a mãe, desceu a este mundo e foi acolhida por um homem, a quem entregou as plantas.
Muitos relatos explicam os fatos culturais, desde a obtenção do fogo até a casa da onça-pintada. 
As danças eram levadas muito a sério, pois explicavam a relação com a natureza, a sociedade e a história. 
Não usavam bebidas fermentadas nem plantas alucinógenas.


@Todos os direitos reservados. A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui em violação de direitos autorais.(lei n.9610/1998)

RODRIGUES, Paulo Sérgio. HISTÓRIA DE RIO VERDE DE MATO GROSSO - MS/Cultura, política, costumes, habitantes e seus colonizadores. 205p. História (Rio Verde de Mato Grosso-MS) -Vida Produções– 1ª edição, 2022.



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