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ARKIRVE- ARQUIVO HISTÓRICO DE RIO VERDE-MS. Por Paulo Sérgio Rodrigues

Missão de Paz no Haiti: Um rio-verdense, foi um dos militares que garantiram o fim da guerra civil e a pacificação da operação liderada pelo Brasil

Ademárcio


Desde a criação da Organização das Nações Unidas (ONU), como fruto da Segunda Guerra Mundial, o Brasil também vem apoiando as iniciativas destinadas a preservar a paz entre as nações e entre os homens de um mesmo país.

O rio-verdense Ademarcio Felizardo é um orgulho de Rio verde, por ser um dos militares brasileiros à época que serviram em uma Missão de Paz da Organização das Nações Unidas - ONU - no país do Haiti. Entre 2004 e 2017, 26 contingentes brasileiros se revezaram em território haitiano.

Dona Maria,(In Memorian) mãe de Ademarcio, que na época era funcionária publica municipal, dizia toda orgulhosa que era uma  honra ter o filho participando de uma missão tão grandiosa como essa, de ajudar as pessoas.

Dona Maria não sabia, mas a missão era muito perigosa, pois seu filho era um dos soldados que se revezaram em território haitiano, combatendo gangues de sequestradores, retirando armas de rebeldes, distribuindo alimentos, asfaltando vias, erguendo pontes.  

O rio-verdense, junto com os soldados da ONU enfrentaram tiroteios desde os primeiros dias. Rebeldes políticos e gangues de criminosos disputavam controle de bairros como Bel Aire e Cité Soleil. Os brasileiros tiveram a árdua missão de pacificar essas regiões.

Era uma missão real em território de risco (algo raro para tropas do Brasil), e os brasileiros conseguiram o mais difícil: pacificar a ilha caribenha.


Um militar do RS,que serviu na época do rio-verdense, descreveu em entrevista “Nós, no Haiti, militares do Exército brasileiro, sem o preparo que tem o Policial Militar, tínhamos muito cuidado, receio e medo e qualquer elemento com uma arma de guerra, os militares atiravam, 10, 15, 20, 50 tiros, e depois ia ver o que aconteceu.

Quando pequeno em Rio Verde, Ademárcio foi patrulheiro mirim e lembrou que nunca esqueceu dos ensinamentos do Comandante Paulo Sérgio, da Tia  Jovita e demais funcionários: "Ralando na horta  da mirim, educado com  valores morais juntamente com sua irmã Mayara e seu irmão Luciano, aprenderam desde cedo a  respeitar a família e os mais velhos.  
Estudou em escola publica e aos 12 anos entrou na Patrulha Mirim onde recebeu instruções de dignidade, amor e respeito ao próximo, hierarquia militar, disciplina e o mais importante: ser um cidadão de respeito e caráter.

Ademarcio quando serviu na patrulha Mirim. (último da direita)

Ao servir o exército, no 47º BI de Coxim, foi um dos escolhidos para a Missão das Nações Unidas para a estabilização no Haiti ou Minustah (sigla derivada do francês: Mission des Nations Unies pour la stabilisation en Haïti), uma missão de paz criada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas em 30 de abril de 2004, por meio da resolução 1542, para restaurar a ordem no Haiti, país da América Central, após um período de insurgência e a deposição do presidente Jean-Bertrand Aristide. 

O Brasil comandou o componente militar da Minustah (de 2004 a 2017), que teve a participação de tropas de outros 15 países. 

No total, 37.500 militares das Forças Armadas brasileiras atuaram nessa Missão.


Ao longo do período de atuação das Forças Armadas brasileiras, a população haitiana foi apoiada em duas catástrofes naturais que atingiram o país. No dia 12 de janeiro de 2010, um terremoto causou a morte de mais de 200 mil pessoas e, em 4 de outubro de 2016, o furacão Matthew causou inundações e deixou milhares de desabrigados.

O Brasil teve 25 militares mortos no Haiti. Nenhum foi assassinado. 18 morreram num terremoto e os demais, em acidentes. Mas vários soldados foram feridos a tiros.

Felizmente nosso herói Ademárcio Felizardo, voltou inteiro, completou seu tempo no exército, deu baixa e hoje tem família e trabalha de segurança patrimonial em Rio Verde.

FONTE E PESQUISA: Paulo Sérgio Rodrigues


 @Todos os direitos reservados. A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui em violação de direitos autorais.(lei n.9610/1998)

RODRIGUES, Paulo Sérgio. HISTÓRIA DE RIO VERDE DE MATO GROSSO - MS/Cultura, política, costumes, habitantes e seus colonizadores. 205p. História (Rio Verde de Mato Grosso-MS) -Vida Produções– 1ª edição, 2022.



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